terça-feira, 24 de maio de 2011
21/05/2011 - Cigana
só pra dizer o quento foi lindo e especial a singela homennagem que fiz a minha cigana e ao povo cigano no dia 21/05/2011, em breve postarei algumas fotos, mas precisava antecipár esse relato rsrsrsrsrsrs...
Agradeço a todos os amigos presentes que compartilharam e engrandeceram esse momento tão importante pra mim...
Cada dia que passa amo mais a minha Cigana, o povo cigano, Santa Sara Kali.
MUITO FELIZ, FÉ MAIOR QUE TUDO!!!
Sabrina Tompson :)
quinta-feira, 5 de maio de 2011
QUANTO TEMPO HIEN...
QNT TEMPO QUE EU NÃO POSTO NADA AQUI...
O QUE POSSO DIZER DE TODO ESSE TEMPO AUSETE?....
AH SEI LÁ...
TRABALHANDO MUITO
AMANDO MUITO
VIVENDO MUITO
NÃO TENHO DO QUE RECLAMAR...
ESTOU BEM, OS MEUS ESTÃO BEM E ISSO PRA MIM É O QUE IMPORTA...
BJS PARA TODOS OS AMIGOS...
SABRINA TOMPSON :)
quinta-feira, 7 de abril de 2011
NÃO TEMO, SOU FILHA DE OGUM...
sexta-feira, 11 de março de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
CIGANO RAMIRO
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5XmQrntAdNPwKOF_DTj6CFB129BhsAXUYAWj-X6dIOflbZnPleZBopCly3nrvooFlr5-XjpqhQG7J-a6dHxnh6gdnIVamWBV6ULJ9WNf-469g8gCidomsJYPLBi5PE-707zSwYqUdOUA/s400/foto+ramiro.jpg)
O Chovihano - " Olha o rio e mira teu reflexo"
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUTqq0r8Arg_Wve40uMw3n9NeAyPQywrKsgfLhyphenhyphenZgGWO7DOwbf_GoaIaAd5sQsQ2NYSuSSURkBFZXxdN8Qi7dAy2YrxjPrhGXcX_mTlfIBnAwBC_IZ2Tu-jTbR_tdn2sOctHeO-DJyh1E/s400/images.jpg)
Incorporação na tradição Cigana - " Toma teu espírito e solta-o"o
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh07oZiIFNFaMzyF36cvDSoJIB51rwkS57aL844aPIceZEyHT3yBgefx7xmQIg7wtphg3DSJKdYpmTaTPJSI3emIaHydDDEdjEjCsWGR7YrmpDXYBNH57z1npPXVFfVAXMXmabPcNWl-PI/s400/c4ciganaedanca.jpg)
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Como são vistos os Ciganos...
A imagem do cigano ladrão.
Talvez nenhuma imagem dos ciganos seja mais antiga, mais divulgada e por isso mais difícil de ser modificada do que aquela de que o cigano sempre foi, ainda é, e sempre será um ladrão, quando não apanhado em flagrante, pelo menos um ladrão em potencial. A fama de serem ladrões persegue os ciganos desde a sua chegada na Europa, no início do Século XV.
Não resta dúvida de que entre os ciganos de então, como ainda hoje, havia quem, por motivos dos mais diversos - mas principalmente para a família, a mulher e os filhos não morrerem de fome ou de frio - , furtava pequenas quantidades de animais, frutas, legumes ou tubérculos, ou lenha para cozinhar e se aquecer. Os animais preferidos eram aqueles que serviam para a alimentação daquele dia, ou seja animais pequenos que cabem facilmente numa panela ou no espeto, como galinhas e gansos. Os documentos históricos não registram o roubo e a matança de gado bovino, embora às vezes um leitãozinho ou um bode também não eram desprezados. Mais tarde surgiu ainda a fama de eles serem ladrões de cavalos e de criançinhas. Hoje em dia, pouca coisa mudou e os ciganos continuam temidos como ladrões de galinhas e até a lenda de eles roubarem criançinhas continua viva.
Obviamente, nem tudo é pura invenção ou fantasia. Quanto ao furto de alimentos e de pequenos objetos, os próprios ciganos não negam que, quando necessário, o praticam e que suas idéias sobre a propriedade privada divergem um pouco das idéias dos gadjé, mas que também existem algumas regras básicas.
Em primeiro lugar, os ciganos só furtam quando obrigados a isto por necessidade. Yoors, um belga não-cigano, que conviveu uns dez anos com ciganos Lowara na Europa, explica isto melhor: “Por força de circunstâncias adversas, alguns ciganos são forçados a praticarem ladroagem de subsistência [subsistence thieving] - isto é, obter suas necessidades diárias mínimas da terra ou de seus proprietários legais: capim para seus cavalos, lenha, batatas ou frutas, e naturalmente a proverbial galinha perdida. De um modo geral, eles consideram todo o mundo gajo [não-cigano] como um domínio público”. [15]
Diga-se de passagem que a maneira mais comum de os ciganos obterem estes bens é através da compra. Mas o que fazer quando não possuem dinheiro para isto ou, o que também é muito frequente, quando o proprietário ou o comerciante simplesmente se recusa a fazer negócios com ciganos? Não será por causa disto que os ciganos deixarão seus filhos passar fome, ou de alimentar seus animais. E neste caso, apropriar-se de tudo que é produzido pela Natureza (água, capim, lenha, ovos, galinhas etc.) não é crime. Uma galinha ciscando num lugar deserto é propriedade de quem? Por acaso, pode ser proibido tirar leite de uma vaca pastando livremente na beira de uma rodovia, ou seja num pasto público? Da mesma forma, como é que cortar lenha para cozinhar pode ser crime, mesmo quando o matagal inútil está numa área cercada com arame farpado? E encontrando uma fruteira, será que é crime tirar algumas frutas para consumo próprio? Na ótica de muitos ciganos tudo isto permitido, e por isso conflitos e mal entendidos entre ciganos e gadjé são às vezes inevitáveis.
A segunda regra é furtar apenas aquilo que, naquele momento, é necessário para seu sustento, e não para enriquecer. Yoors acrescenta que “Putzina me explicou que furtar dosgadjé não era realmente um crime desde que fosse limitado a tomar necessidades básicas, e não em quantidades maiores do que necessárias para aquele momento. O que tornava furtar ruim, era a introdução de um senso de cobiça, porque esta tornava as pessoas escravas de anseios desnecessários ou do desejo de possuir bens”.[1] Daí porque a quase totalidade dos furtos atribuídos aos ciganos se refere a alimentos.
Uma terceira regra é nunca usar a força física, mas apenas a esperteza. Segundo a antropóloga brasileira Sant’Ana:
“com relação ao roubo, um informante [cigano] frisou que nunca se ouviu dizer que um cigano usasse armas para assaltar alguém e nem que fosse à noite nas casas para roubar: ‘Ele usa de esperteza tanto em seu trabalho como em seus negócios; se alguém se deixa enganar, bobo dele!’. Além disso, como disse um cigano, ‘quem é que não rouba? Esses comerciantes por aí, esses donos de lojas da cidade, todos usam de esperteza em seus negócios; é que cigano já é marcado e por isso tem fama de ladrão’”.[2]
"... sempre levamos a fama de ladrões de crianças, quando, na verdade, os acampamentos dos nossos antepassados, durante muitos séculos, serviram de orfanato da época, já que eram utilizados para ocultar atos julgados vergonhosos, desmoralizadores e desonrosos praticados pelas jovens da nobreza. Muitas dessas jovens - segundo relatos dos nossos antepassados - após darem à luz, através de seus responsáveis .... entregavam as crianças às velhas ciganas ... Os ciganos ficavam com as crianças porque as amavam .... sem, no entanto, sequestrá-las, violentá-las ou estuprá-las ..." . [6]
Os ciganos adoram crianças e já desde o Século XV temos notícias históricas, devidamente comprovadas, de mães gadjé solteiras, ou casadas adúlteras, entregando seus filhos indesejados às ciganas. Enquanto isto, os documentos históricos provam, sem qualquer sombra de dúvida, que em muitos países, e ainda em pleno Século XX, milhares de crianças ciganas foram violentamente arrancadas do lar paterno para serem entregues a pais adotivos não-ciganos.
Deusa Selkis...A Deusa dos escorpiões....
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrNvmWnvosIJYCdeGaOnS5rC6xgHw3WyqMnZw8cdNf1fouJLEZ9TK6oA4fvQoNqNGFNeHWoXWCDKan9YATQhPswnp4eJvXVRAI1PbjihQ7bHxNf3AAE4BKUuIxsVd_OnSkwRDs6uwXTVI/s400/selkis.jpg)
ESSA DIVINDADE PODIA SER REPRESENTADA de diversas maneiras:
- como uma linda mulher com um escorpião na cabeça, como nesta graciosa estatueta em madeira dourada que vemos acima, descoberta no túmulo de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.);
- como uma mulher com cabeça de escorpião;
- mais raramente, como um escorpião com cabeça e braços femininos e tendo como toucado chifres de vaca e o disco solar, como vemos na ilustração abaixo, a qual reproduz um bronze de 7 centímetros de altura por 10 centímetros de produndidade pertencente ao Museu do Louvre;
- como um escorpião;
- na XXI dinastia (c. 1070 a 945 a.C.) podia aparecer com cabeça de leoa, cuja nuca era protegida por um crocodilo.
TRATA-SE DE UMA DIVINDADE que já aparece no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) como guardiã do trono real e vem rodeada de simbologia mágica. Ela protegía das picadas venenosas de escorpiões, serpentes ou outros animais peçonhentos e curava as pessoas que, acidentalmente, tivessem sido atacadas por esses animais, sobretudo quando se tratasse de crianças e mulheres grávidas. Mas também poderia punir os ímpios com esses mesmos venenos, levando-os à morte.Também era deusa da união conjugal e ajudava as mulheres na hora do parto. Era filha de Rá e cuidava para que a serpente Apófis não escapasse do mundo inferior. Nos textos conhecidos modernamente comoLivro de Him no Infernovem descrito o que acontece no além-túmulo. O deus-Sol tem as 12 horas do período noturno para renascer. A cada hora corresponde um estágio de sua jornada no além. Apófis tenta engolir o deus-Sol durante essa jornada e representa uma grande ameaça. Na sétima hora Selkis aparece para combater a serpente Apófis. Rá em seu barco assiste a captura da serpente. Finalmente Selkis, com ajuda de outra divindade, capturam o demônio e subjugam a cabeça e a cauda do monstro e trespassam com punhais a cabeça e o corpo da cobra. Selkis desempenha, também, um papel importante na lenda de Ísis e Osíris, pois enviou sete dos seus escorpiões para protegerem Ísis do deus Seth que a perseguia.
AS RELAÇÕES DE PARENTESCO DE SELKIS não eram bastante claras. Podia ser considerada mãe ou filha de Rá, razão pela qual sua ira era considerada como o causticante sol do meio-dia. Entretanto, em algumas lendas locais de Edfu era tida como esposa de Hórus e mãe de Rá-Harakhti, o Hórus no Horizonte. Os Textos das Pirâmides afirmam que ela era mãe de Nehebkau, uma serpente de três cabeças que evoluiu de uma posição maléfica a protetora do faraó contra picada de cobras, enquanto outras fontes dizem que ela era esposa dessa divindade.
PROTETORA DE VIVOS E MORTOS, ESSA DEUSA não dispunha de um lugar de culto em particular. Sendo originariamente adorada no delta do Nilo, seu culto se espalhou por todo o Egito e isso pode ser considerado natural uma vez que as cobras e escorpiões eram abundantes no país e o povo precisava de uma proteção mágica contra eles. Embora tivesse sacerdotes dedicados ao seu culto, aos quais ela protegia e delegava seus poderes mágicos, até hoje não foi encontrado qualquer templo que lhe fosse consagrado. Ela figurava sobretudo nas fórmulas mágicas ou nas paredes das tumbas com o objetivo de proteger o defunto de qualquer ataque. As pessoas usavam amuletos com a forma do escorpião para se protegerem contra as perigosas picadas do animal e até mesmo curá-las.
OS SACERDOTES DE SELKIS eram verdadeiros médicos e magos ou curandeiros, dedicados à cura de picadas de animais venenosos. Suas habilidades de encantadores de escorpiões e de serpentes eram muito requisitadas, a julgar pelo enorme número de encantamentos para repelir tais animais e para curar suas picadas que aparecem nos papiros egípcios. Isso indica a extensão do problema, o qual ainda é comum no Egito moderno. Esses homens eram chamados de Kherep Selket, literalmente, aquele que tem poder sobre a deusa escorpião. No antigo Egito um Sacerdote Leitor e um doutor poderiam também ter o título de Kherep Selket. O título de Sunu, que significa doutor ou médico, era atribuído a pessoas que prescreviam remédios tanto médicos quanto mágicos. Hoje em dia os encantadores de serpente usam técnicas práticas para enlaçar suas presas, mas eles também ainda confiam em cantos mágicos.
Deusa Ísis...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-LCxFV8Pb7sLU0Iaw2akpV_hPOMZinRLqTlQ8ucgr6uYVhw4NtQkEQL0ipIw5lBr-2_H4Vz5KIHc14GjMDQs07PvUNwPnYMJ8TPvMwxMylCnW8aoM3dqIYVF41PlLYwdOAevTESUQdYI/s400/isis.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywjy8l-0MRpEl_gzaRe303fEUftFNM9mkMCfNQpLaRq2dBKsTXgZY2Dwikm3uCmv_fm-9G5Q28WiTFJ1EcKvEx0e2_peE_STzmx856qXVqLb_AX37Rjo7Mg32EBwI2gFFMltMvbKoYDQ/s400/Isis+ALADA.gif)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5ai0-dd_OI1178XR6mjOcN3c7ML7Tfb8l4t5BsNnVgmrHy4r-NJaCtKKtO1YxGy0sDMPLZCaX55SdGozF0TxlqzkV2nm6fQBVBna8y7RRbYHypXO1aSRXPBQ5oZ4o_ZypT0xEKqCwHw/s400/isis+%25281%2529.jpg)
Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes.[1] Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.
Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe deHorus, foi a primeira filha de Geb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth.[2] este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.
Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Niloocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do paganismo na Era Cristã
Templos
A maioria das divindades egípcias surgiu pela primeira vez como cultos muito localizados e em toda a sua história mantiveram os seus centros locais de culto, com a maioria das capitais e cidades sendo amplamente conhecidas como lar dessas divindades. Ísis foi, em sua origem, uma divindade independente e popular estabelecida em tempos pré-dinásticos, anteriormente a 3100 a.C., em Sebennytos no delta do Nilo.[2]
No Egito, existiram três grandes templos em homenagem a Ísis:
- em Behbeit el-Hagar, no delta do Nilo, atualmente em ruínas;
- em Dendara, no Alto Egito, onde existe um santuário a Hathor parcialmente preservado;
- em Filas.
Na ilha de Filas, no Alto Nilo, o culto a Ísis e Osíris persistiu até ao século VI, ou seja, muito tempo após a ascensão do Cristianismo e a subseqüente supressão do paganismo. O decreto de Teodósio (c. de 380) determinando a destruição de todos os templos pagãos, não foi aplicada em Filas até ao governo de Justiniano. Essa tolerância foi devido a um antigo tratado celebrado entre os Blemyes-Nobadae e Diocleciano. Todos os anos, eles visitavamElefantina e, em determinados períodos levavam a imagem de Ísis rio acima para a terra dos Blemyes para fins divinatórios, devolvendo-a em seguida. Justiniano enviou Narses para destruir os santuários, prender os sacerdotes e arrestar as imagens sagradas para Constantinopla.[5] Filas foi o último dos antigos templos egípcios a ser fechado.
Eventualmente templos a Ísis começou a se difundir além das fronteiras do Egito. Em muitos locais, em especial em Biblos, o seu culto assumiu o lugar dadeusa semita Astarte, aparentemente pela semelhança entre os seus nomes e atributos. À época do helenismo, devido aos seus atributos de protetora e mãe, assim como ao seu aspecto luxurioso, adquirido quando ela incorporou alguns dos aspectos de Hathor, ela tornou-se padroeira dos marinheiros, que difundiram o seu culto graças aos navios mercantes que circulavam no mar Mediterrâneo.
Através do mundo greco-romano, Ísis tornou-se um dos mais significativos mistérios, e muitos autores clássicos fazem referência, em suas obras, aos seus templos, cultos e rituais. Templos em sua homenagem foram erguidos na Grécia e em Roma, tendo sido colocado a descoberto um bem preservado exemplar em Pompéia.
Da mesma forma, a deusa árabe "Al-Ozza" ou "Al-Uzza" (em árabe, العُزّى - al ȝozza), cujo nome é semelhante ao de Ísis, acredita-se que seja uma manifestação sua. Isso, porém, é entendido apenas com base na semelhança entre os nomes.
Sacerdócio
Existem 3 templos feitos para a adoração de isis. Pouca informação chegou até nós acerca dos antigos rituais egípcios. Entretanto é claro que os oficiantes de seus cultos foram sacerdotes e sacerdotisas ao longo de sua história. Até ao período greco-romano, muitos deles eram curadores e teriam exercido outros poderes especiais, incluindo a interpretação dos sonhos e a capacidade de controlar o tempo atmosférico, o que faziam através de tranças ou penteados nos cabelos. Esta última habilidade era conceituada, uma vez que os antigos egípcios consideravam que os nós tinham poderes mágicos.
Irmã-esposa de Osíris
No Império Antigo, da III à VI dinastia egípcia, entre 2686 a.C. e 2134 a.C., os panteões das cidades egípcias variaram de região para região. Durante a V dinastia, Ísis pertenceu à Enéade da cidade de Heliópolis. Acreditava-se então que ela era filha de Nut e Geb, e irmã de Osíris, Néftis e Seth. As duas irmãs, Ísis e Néftis, muitas vezes eram representadas nos sarcófagos com grandes asas esticadas, como protetoras contra a maldade. Como deidade funerária, Ísis foi associada a Osíris, senhor do submundo (Duat), e foi considerada sua esposa.
A mitologia tardia (ultimamente em resultado da substituição de um outro deus do submundo, Anúbis, quando o culto de Osíris ganhou mais importância) fala-nos do nascimento de Anúbis. A narrativa descreve que, como Seth negava um filho a Néftis, esta então disfarçou-se como Ísis, muito mais atraente, para seduzi-lo. O plano falhou, mas Osíris passou a achar Néftis muito atraente, pensando que ela era Ísis. Eles copularam, o que resultou no "nascimento" de Anúbis. Em outra narrativa, Néftis deliberadamente assumiu a forma de Ísis, a fim de enganar Osíris e assim obter dele a paternidade de seu filho. Com medo das represálias de Seth, Néftis persuadiu Ísis a adoptar Anubis, de modo a que a criança não viesse a ser descoberta e morta. Essa narrativa explica tanto porque Anúbis é visto como uma divindade do submundo (uma vez que se torna filho de Osíris), quanto porque não poderia herdar a posição de Osíris (uma vez que não era um herdeiro legítimo), preservando posição de Osíris como Senhor do submundo. Deve ser lembrado, no entanto, que este novo mito foi apenas uma criação posterior do culto de Osíris que queria retratar Seth em um papel de maldade, como inimigo de Osíris.
Em outro mito de Osíris, Seth preparou um banquete para Osíris apresentando uma bela caixa e declarando que, quem coubesse perfeitamente nela, poderia ficar com ela como um presente. Ora, Seth havia medido Osíris enquanto este dormia, certificando-se assim que este era o único a caber perfeitamente na caixa. Após vários dos presentes terem tentado encaixar-se nela, chegou a vez de Osíris, que a preencheu perfeitamente. Seth então fechou a tampa da caixa, transformando-a num caixão para Osíris. Em seguida, Seth afundou a caixa fechada com Osíris nas águas do rio Nilo, que a levaram para muito longe. Assim que soube do ocorrido, Ísis foi procurar a caixa, para Osíris pudesse ter um enterro apropriado. Foi encontrá-la na longínqua Biblos, cidade na costa da Fenícia, e trouxe-a de volta ao Egito, ocultando-a em um pântano. Entretanto, naquela noite Seth foi à caça, vindo a encontrar a caixa oculta. Enfurecido, Seth retalhou o corpo de Osíris em catorze pedaços, e os espalhou por todo o Egito, para se certificar de Ísis jamais poderia encontrá-los e dar assim um enterro adequado a Osíris. garantir que nunca poderia encontrar Ísis Osíris novamente para um enterro apropriado,.[6][7] Ísis e Néftis, sua irmã, dedicaram-se então à busca dos pedaços, tendo conseguido encontrar apenas treze. Um peixe havia engolido o último, o pénis, que Ísis refez utilizando magia. Desse modo, com todas as partes reunidas do corpo morto de Osíris, ela pode conceber Hórus. O número de partes do corpo de Osíris é descrito de forma variável nas paredes de diversos templos, entre catorze e dezesseis e, ocasionalmente, em quarenta e duas, uma para cada nomo ou distrito.[7]
Mãe de Hórus
Através da fusão de seus atributos com os de Hathor, Ísis tornou-se a mãe de Hórus, mais do que sua esposa, e isto, quando as crenças acerca de Raabsorveram Atum em Atum-Ra, sendo ainda necessário ter-se em conta que Ísis integrou a Enéade, como a esposa de Osíris. É necessário explicar, entretanto, como é que Osíris que (como Senhor da Morte) estava morto, pode ser considerado pai de Hórus, que não era considerado morto. Este conflito nas narrativas conduziu à evolução da ideia de que Osíris mecessitava de ser ressuscitado e posteriormente, à versão da Lenda de Osíris e Ísis de que o grego Plutarco, no século I, em "De Iside et Osiride", nos deixou a versão mais extensa atualmente conhecida[8]
Um outro conjunto de mitos tardios detalha as aventuras de Ísis após o nascimento do filho póstumo de Osíris, Hórus. Foi dito que Ísis deu à luz Hórua e Khemmis, pensa-se, no delta do rio Nilo.[9] Muitos perigos surgiram para Hórus após o seu nascimento e Ísis navegou com o pequeno Hórus para escapar da ira de Seth, o assassino de seu esposo. Em um instante, Ísis curou Hórus de uma picada mortal de escorpião, além de outros milagres com relação aocippi, as placas de Hórus. Ísis protegeu e promoveu Hórus até que estivesse suficientemente grande e forte para encarar Seth e tornar-se, subsequentemente, faraó do Egito.
[editar]Assimilação de Mut
Mut, uma divindade primordial chamada "mãe"", foi originalmente um título para as águas primordiais do cosmos, a mãe de quem o universo surgiu. Quando o emparelhamento das divindades começou, Mut tornou-se uma consorte de Amon, a quem já tinha sido atribuída uma esposa completamente diferente. Após a autoridade de Tebas haver aumentado durante a XVIII dinastia egípcia e ter tornado Amon em um deus muito mais significativo, o seu culto diminuiu, e Amon foi assimilado a Ra.
Em consequência, a consorte de Amon, Mut, até então descrita como uma coruja[10] mãe-adotiva que, nessa altura já tinha absorvido os atributos de outras deusas, outras deusas-se, também foi assimilada como esposa de Rá, Ísis-Hathor como "Mut-Ísis-Nekhbet". Na ocasião, a infertilidade de Mut foi levada em consideração, e assim, o nascimento de Hórus, que era demasiado importante para ser ignorado, necessitou ser explicado afirmando-se que Ísis ficou grávida por magia, quando ela se transformou em um papagaio e voou sobre o corpo morto de Osíris.
Mais tarde, os mitos tornaram-se bastante mais complexos. O consorte de Mut era Amon, que nessa época tinha se identificado com Min como "Amon-Min" (também conhecido pelo seu epíteto "Kamutef"). Desde que Mut tornou-se parte de Ísis, era natural tentar fazer Amon parte de Osíris, marido de Ísis, mas isso não era facilmente conciliável, uma vez que Amon-Min era um deus da fertilidade e Osíris era o deus dos mortos. Consequentemente, eles permaneceram considerados em separado, e Ísis, por vezes, afirmou-se ser amante de Min. Posteriormente, em uma fase em que Amon-Min foi considerado um aspecto de Ra ("Amon-Ra"), ele também foi considerado um aspecto de Hórus, uma vez que Hórus foi identificado como Ra, e, portanto, filho de Ísis e, em raras ocasiões, afirmou-se ao contrário ser Min, evitando a confusão sobre o estatuto de Hórus como marido e filho de Ísis.
[editar]Atributos mágicos
De modo a ressuscitar Osíris com o fim de gerar um filho, Hórus, era necessário a Ísis "aprender" magia (que por muito tempo havia sido um atributo seu, antes do surgimento do culto a Ra), e então passou a afirmar-se que Ísis enganou Ra (Amon-Ra ou Atum-Ra), fazendo com que este fosse picado por uma serpente egípcia - para o que apenas ela possuía a cura -, para que este lhe dissesse o seu nome "secreto". Os nomes das divindades eram secretos, de domínio apenas dos altos líderes religiosos, uma vez que esse conhecimento permitia invocar o poder da divindade. Que ele fosse usar o seu nome "secreto" para "sobreviver" implica que a serpente tivesse que ser uma divindade mais poderosa do que Ra. Ora, a mais antiga divindade conhecida no Egito foi Uadjit, a cobra egípcia, cujo culto nunca foi suplantado na antiga religião egípcia. Como uma divindade da mesma região, teria sido um recurso benevolente para Ísis. O uso dos nomes secretos tornou-se um elemento central nas práticas mágicas egípcias do período tardio, e Ísis é invocada muitas vezes para que use "o verdadeiro nome de Rá" durante os rituais. Ao final do período histórico do antigo Egito, após a sua ocupação pelos gregos e pelos romanos, Ísis tornou-se a mais importante e poderosa divindade do panteão egípcio por causa de suas habilidades mágicas. A magia é um elemento central em toda a mitologia de Ísis, possivelmente mais do que para qualquer outra divindade egípcia.
Antes desta alteração tardia na natureza da religião antiga egípcia, a lei de Ma'at havia orientado as ações corretas para a maioria dos milhares de anos de religião egípcia, com pouca necessidade de magia. Thoth era o deus que recorria à magia quando era necessário. A deusa que detinha o papel quadruplo de curadora, protetora dos vasos canopos, protetora do casamento, e senhora da magia anteriormente havia sido Serket. Ela então foi considerada como atributo de Ísis, pelo que não é de surpreender que Ísis tinha um papel central nos rituais e feitiços egípcios, nomeadamente os de proteção e cura. Em muitos feitiços, essas atribuições são inteiramente fundidas, mesmo com as de Hórus, uma vez que invocações a Ísis supostamente envolvem automáticamente poderes de Hórus. Na história do Egito a imagem de um Hórus ferido tornou-se uma característica padrão de feitiços de Ísis de cura, em que geralmente se invocam os poderes curativos do leite de Ísis.[11]
Paralelos com a Virgem Maria
Alguns eruditos traçam paralelos entre a adoração de Ísis na época final do Império Romano e a adoração à Virgem Maria cristã. Quando o cristianismo começou a ganhar popularidade, difundindo-se na Europa e em todas as partes do Império, os primitivos cristãos converteram um relicário da Ísis egípcia em um para Maria e de outros modos "deliberadamente tomaram imagens do mundo pagão".[19]
Embora a Virgem Maria não seja idolatrada pelos cristãos (é venerada tanto pelos Católicos quanto pelos Ortodoxos), o seu papel, como figura de mãe compassiva, tem paralelos com a figura de Ísis.[19] O historiador Will Durant observou que "os primitivos Cristãos por vezes fizeram os seus cultos diante de estátuas de Ísis amamentando o filho Hórus, vendo nelas uma outra forma do nobre a antigo mito pelo qual a mulher (isto é, o princípio feminino) é a criadora de todas as coisas, tornando-se por fim, a "Mãe de Deus"".[20] Hórus, sob este aspecto infantil, foi denominado Harpócratespelos antigos Gregos.
Isto é fruto da exposição dos primitivos cristãos à arte egípcia. Uma pesquisa com "os vinte principais Egiptólogos", conduzida pelo Dr. W. Ward Gasque, um erudito cristão, revelou que todos os participantes reconheceram "que a imagem de Ísis com o bebê Hórus influiu na iconografia cristã da Virgem e o Menino", mas que não houve nenhuma outra semelhança, como por exemplo, que Hórus tenha nascido de uma virgem, que tenha tido doze seguidores, ou outras.[21]
A veneração a Maria na Igreja Ortodoxa[22] e mesmo na tradição da Igreja Anglicana é frequentemente superestimada.[23] As imagens tradicionais (ícones) de Maria ainda são populares na Igreja Ortodoxa nos dias de hoje.[24]